Causas

Pelo canto do olho vi a SIC, no Jornal da Noite, fazer um escarcéu dos diabos com a estirpe do vírus da gripe das aves. A nova informação, comunicada em tom grave pelo pivot de serviço, era a de que – cito de cor – já se sabia que o vírus actual tem muitas semelhanças com o vírus da gripe espanhola que no final da I Grande Guerra matou milhões de pessoas por essa Europa fora. Sei pouco da matéria, de surtos epidémicos e pandémicos, do potencial letal dos vírus, das suas constantes mutações, mas sei isto. Em 1918, a fome, a subnutrição eram a norma e não a excepção do Algarve até bem além dos Urais. Ignorar a repercussão disso no sistema imunitário e portanto na capacidade de resistir a agentes patogénicos para acenar com um espectro sibilino – se não mesmo apocalíptico – de uma mortandade de larga escala, parece-me no mínimo dos mínimos leviano¹. Está na ordem do dia os blogues reunirem-se em torno de causas de vigilância da qualidade da informação produzida e difundida pelos media. Aproveitando para me juntar à iniciativa do Paulo Gorjão, acrescento estoutra micro-causa, que afinal, como bem precisa o José Pimentel Teixeira, é muito mais do que isso; é uma macro-causa, da qual esta é apenas o episódio mais actual:

PODE A SIC SFF DE FUTURO SER MAIS SÉRIA, RIGOROSA E COMPETENTE (AO MENOS) NO TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO QUE DIRECTAMENTE BULE COM OS SENTIMENTOS DE SEGURANÇA ONTOLÓGICA DOS CIDADÃOS PORTUGUESES E DAS OUTRAS NACIONALIDADES AOS QUAIS CHEGA?

¹Para uma informação não especulativa e sensacionalista, ver este artigo – lido a partir deste link do Luís.