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Fim de festa

Isto é que, para acabar, foi uma orgia postática, hã? Prostática também não desvia muito do assunto. Falta-lhe apenas verso a condizer.

A história e a moral

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Mona Lisa LHOOQ , 1919 Marcel Duchamp Em mil e novecentos e muita coisa, já eu me havia despedido e feito luto dos escrúpulos, estava de núpcias aprazadas. A nubente, sendo de família numulária, tinha tudo, excepto o aspecto, provado sob todos os ângulos, que era de mastronça. Um desastre e peras. Do pescoço para cima avultava-lhe um buço de bradar aos céus. Assim fiz. Com o devido respeito, bradei e veio um anjo. Tinha pinta, o anjo, um Paul Newman mais novo, ainda sem vícios de representação, evidentemente andrógino. Numa fracção de segundos fez o serviço. Retirou-lhe o buço, depositou-o numa balança, pesou-o e comunicou: 50g, é de fechar o coração a qualquer um. Do mais, não posso fazer milagres . Dito isto, desapareceu misteriosamente. Tive um mau pressentimento. Não me fio em quem se põe na alheta sem pedir licença e sem dar ensejo a agradecimento. Não muito crente, torci-me para a noiva, suspenso do benefício. Fiquei para morrer. No lugar do bigodinho, uma fístula extensa, morfei

Mature men do it better (and last longer)

A prova conclusiva, cabal, irrefutável? Aqui .

PC

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Olivetti-Yamaha-Grundig Combo [mixed media, typewriter, organ], 1965/1982 Dieter Roth Em nome da paz de espírito presente e futura e dos direitos que me assistem de fechar a porta a impropérios auto-endossados, e também de não ser obrigado a deixar as lágrimas correr livremente, vi-me na contingência de comprar um PC novo. O douto informático que contactei disse-me que o segredo de uma boa máquina reside na assemblagem . Logo aí, um ponto a favor dele. É tão bonito ver o ecumenismo linguístico em acção. O segundo ponto aconteceu quando lhe transmiti que, se era questão de assemblagem , então queria um engenho à Dieter Roth e ele, repentinamente tossiquento, respondeu: o senhor não quer resolver o assunto a bem, pois não?

Professor universitário

Deve ser bom ser . Se escreve coisa séria, ensaística, calma aí pá, qu’o gajo é professor universitário. Temos de ver o qu’o gajo tem a dizer . Se escreve à desgarrada, a debicar, a desbundar, um professor universitário nestas lidas? Ó pá, um professor universitário excêntrico não é todos os dias. Toca de ver o qu’o gajo arrota . Se envia beijinhos e fofuras, olh’ó o marmanjão no engate. Deixa cá ver com’ó gajo embraia . É sempre a somar. Mesmo no conflito. Enquanto o comum dos mortais faz das tripas coração, o professor universitário faz das tripas corda para se enforcar. O pagode delira e até paga para ver. Bolas, roo-me de inveja. Também quero ser um professor universitário. Será que ainda vou a tempo?

Errata

Por aqui, no bombyx mori, onde quer que conste o vocábulo energúmeno deve-se ler rui-rio , um neologismo bivaresco, com hífen como manda a regra. Com um abraço especial ao Augusto M. Seabra.