La raison du plus fort

Agora está na ordem do dia da sinistra dar coça no Carrilho. Apanha de grande (do Luís, quase surra) e até é em larga medida merecido (excluindo evidentemente eructações à la Daniel Oliveira, que são acima de tudo calaceiras). O homem não pára de se pôr a jeito. Mas querem que vos diga uma coisa? Prefiro-o de longe a criaturas como o Sá Fernandes que afirmam que o seu projecto político para Lisboa não tem conteúdo ideológico (neste caso, o vigilante Daniel Oliveira fica calado que nem um rato. Pudera!). Não há nada mais perigoso para o pensamento e para a praxis de esquerda que esta neutralização discursiva da ideologia que faz da pragmatica o único valor estimável.
Noutro lado referi-me a esta ideologia do pragmatismo nos seguintes termos. Na ontologia política hoje em dia hegemónica, que exclui as simbólicas heréticas, votadas à erosão da panasse histórica, do anacronismo risível ou da panfletária oca, a tradicional insistência nos valores, sejam da direita ou da esquerda, pouco conta. Na doxa vigente, esses valores por norma já só são invocados quando se trata de lateralmente (re)encontrar diferenciações significativas no espectro político-partidário, apesar de tudo persistentemente organizado pela antinomia esquerda-direita.
Carrilho, com todos os seus (s)estros combinados de homem mundano e homme de pensée, até de arrivista, não colabora neste patranha cada vez mais instituída. Não terei a mínima hesitação em nele votar para Presidente da Câmara da minha cidade.

Comentários

Anónimo disse…
e eu em não votar nele... que vá fazer trampolim político para a Figueira da Foz

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