Joyce reads Ulysses
Não é o começo, mas faz-lhe óptimo par. Audível durante uns dias. Disponível também desde já no bombyx mori sons.
A história e a moral
Mona Lisa LHOOQ , 1919 Marcel Duchamp Em mil e novecentos e muita coisa, já eu me havia despedido e feito luto dos escrúpulos, estava de núpcias aprazadas. A nubente, sendo de família numulária, tinha tudo, excepto o aspecto, provado sob todos os ângulos, que era de mastronça. Um desastre e peras. Do pescoço para cima avultava-lhe um buço de bradar aos céus. Assim fiz. Com o devido respeito, bradei e veio um anjo. Tinha pinta, o anjo, um Paul Newman mais novo, ainda sem vícios de representação, evidentemente andrógino. Numa fracção de segundos fez o serviço. Retirou-lhe o buço, depositou-o numa balança, pesou-o e comunicou: 50g, é de fechar o coração a qualquer um. Do mais, não posso fazer milagres . Dito isto, desapareceu misteriosamente. Tive um mau pressentimento. Não me fio em quem se põe na alheta sem pedir licença e sem dar ensejo a agradecimento. Não muito crente, torci-me para a noiva, suspenso do benefício. Fiquei para morrer. No lugar do bigodinho, uma fístula extensa, morfei
Comentários
há uns tempos, na minha primeira e única visita a Dublin, cheguei ao James Joyce Centre quase à hora do fecho; lá me deixaram entrar. O edifício georgiano nunca foi habitado pelo escritor, mas a divisão principal do primeiro andar está assombrada pela contínua repetição desta gravação da sua voz.
não conhecia esse "must". Credita-me ao menos o facto de não ter posto o excerto em "on" e em "repeat". Ninguém é forçado a ouvir. Há com efeito ideias que dá vontade de amaldiçoar quem as teve. Particularmente quando conciliam assombração com estopada.
Gosto bastante da apresentação actual, limpinha!
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