Parada amorosa

J., 4 anos, chega a casa dos avós maternos e corre para os braços de A., avô. A. enlaça-o e pergunta: estás bom, J.? J., firmando os braços esticados no peito de A., riposta: o avô vá à merda, não me chateie! A., deliciado, conclui: ah, ninguém sai às pedras da rua.

À memória sentida do meu querido avô A., que muito gostaria que eu tivesse sido Menino da Luz.

Comentários

Anónimo disse…
Comecei há pouco a ler no sentido inverso ao dos ponteiros do relógio. Se esse J. ainda em potência é quem julgo, já na altura lhes dava trabalho. E preferia ser Indio a dissipar-se na cavalaria.
Afonso Bivar disse…
Para talvez tirar as dúvidas, por que não se socorre do meu contacto (e-mail)? Está ali, na coluna da direita, ao fundo, antes dos links estatísticos.
trutasalmonada disse…
eu recordo os avôs com que não privei - porque a vida os privou cedo da partilha com os netos
Afonso Bivar disse…
a musa, uma "mulher de armas" então? Pois, quem cala consente. Espero, todavia, que entretanto tenha aprendido alguns eufemismos.
ff, o meu avô preferido foi o primeiro a morrer. Poder-se-á pensar em idealização memorial. Aquele de que mais se perdeu, por se ter perdido tão cedo; uma figura enfim recriada em torno da curta duração. Mas não creio que seja isso. Pelo menos só isso. Seja como for, nestas coisas, os factos são o que menos importa.

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