O homem da minha vida

Quis a vida e os fados, quer o génio e a índole que as dores me acompanhem. Olho para trás, para o que grafei aqui e noutros lados, para a frente, para o que tentarei escrever e para o que se me originar em escrita aparecida, e por toda a parte urdo mácula inscrita. Talvez não devesse quebrar o silêncio. Deixar tudo assim, como está. Sem leitor. Sem leitura impura.
Das dores, nas minhas dores, pouco importam os vícios mentais, o encastelamento de virtudes inacabadas, as pequenas amarguras, as diatribes maçudas; pouco significa a irascibilidade quotidiana detonada por um qualquer episódio de contumaz confronto.
As minhas dores são as da intolerável morte. Chegada, presente, brutal. A elas volto, mesmo sem polir, sem a bênção da revisitação procurada. Uma bênção. A bênção, meu pai.

Comentários

Afonso Bivar disse…
a musa. Já escrevi umas coisas sobre o assunto. Em breve escreverei mais. Todo o léxico da língua portuguesa, e de quaisquer outras línguas, é para ser usado e até estuporado/estropiado, se der jeito. Não abdico disso, nem do direito à complexidade, ao mesmo tempo que recuso a clivagem entre forma e função, a palavra e a ideia. Para quem gosta de fórmulas e fonemas reconhecíveis, vai daqui mal aviado.

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