Direito à boa língua

Este post na verdade dever-se-ia chamar Para partir a louça e bater com as portas. Vamos lá despachar isto que aqui se gastam palavras.
Do CDS oscilante PP, da direita moderna, um dia um homem teve um sonho. O homem que faz (de) frente, impecavelmente vestido e autêntico. Falo povo, bendito trabalho(ador), que, conversa em família, a direita anda por aí, se Deus quiser. E já agora uns beliscões em ditirambo, que o protagonismo é para ser a cada pequeno passo milimetricamente apropriado (ai que a viscosidade é marxista!). Na Última Noite, o preclaro e verborreico PP fez-me lembrar o rapazinho imberbe de posses que, contando as suas proezas automobilísticas à sua criada velhauma hora e dez entre Lisboa e Porto -, obtém em resposta: o carro do menino é o melhor do mundo, o seu relógio é que é uma merda.
Do BE, dedáleo, sempre a promessa de uma esquerda à esquerda, como quem diz Benfica à Benfica, com propostas in vitro sem enfeudamento a dogmatismos gastos e a clientelas vetustas. Democrático, rotativo na gestão das presenças na Assembleia, resolutamente contra-corrente, a favor das minorias sem poder, alheio às negociatas de colegas. Notável e ilustre, tudo o que não quer ser ou a (des)confortável posição de heterodoxo da nomenclatura. Ao moço de carne e osso, prima dona dos nobres ofícios, não se lhe conhece desvio. Entre o seminarista finalmente redimido a quem ficaram esmerados tiques e o hirto asceta (puro puritaníssimo) que (se) (res)guarda (n)um rebanho de encantados, ousados e vibrantes jovens militantes pro sapiens inertia, vai o viço oblíquo e a frase rente medida. E o pobre, maldito ingrato, lagarto, lagarto, que continua a desconfiar. Não é caso para desencorajar, rejubile-se: a Pequena Caminhada foi por fim concluída.

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