Da popularidade de Cavaco

Regras eleitorais são regras eleitorais, os votos expressos no sufrágio é que valem. Cavaco Silva acaba de conquistar um mandato de cinco anos para Presidente da República Portuguesa. Neste ponto nada a contestar. Não se queira porém ocultar que, apuradas todas as contas, Cavaco Silva só obteve o voto de cerca de 31% do total de inscritos nos cadernos eleitorais. Inferior a 1/3. Cavaco ganhou mas está longe de ser o campeão do Povo que desaforadamente dizia ser, tese na qual se obstinou no primeiro discurso como Presidente eleito ao falar da clareza da escolha dos portugueses.

Adenda: o Francisco J.V. reagiu. Escapa-me o alcance do reparo. Eu não queria justificar coisa alguma, quando muito dar vazão à minha má disposição – quanto a ser coisa de contabilista, passa-me ao lado. Aproveito para: 1) esclarecer que não tenho nem valorizo o fairplay – que é luxo de lordes ingleses e assemelhados que se tornaram homenzinhos a apanhar no cu nas Public Schools; 2) notar que modos paternalistas (não esperava isso de…) não ficam nada bem a um liberal à moda antiga; 3) informar que a minha má disposição promete manter-se por largos dias.

Comentários

Anónimo disse…
Está bem. Eu paternalista e V. maldisposto?
Anónimo disse…
Os golos podem ser o mais importante, mas se o jogo não fosse para ser bonito ninguém lhe ligava um cú.
Anónimo disse…
Francisco,
isso e algo mais. Espero. Sempre em combinatória explosiva.
Cláudia,
as metáforas dos futebóis nem à volta do bilhar pequeno levam. E troca por baldroca, prefiro esta, que é de caserna, avant-garde e estranhamente até converge na tua: "bonito, bonito são os colhões a roçar no pito."
Anónimo disse…
Já eu, acho que as metáforas dos futebóis e futeboys encerram bastante sapiência.
Anónimo disse…
Informação:
Em 2001, Sampaio ganhou com 27,5% dos inscritos.
Em 2005,o PS com 29,3% dos inscritos.
E?
Anónimo disse…
Cláudia,
se calhar até te dou razão. A do fairplay em especial. Na bola só é utilizada como arma de arremesso. Há uma nítida falta de fairplay em invocá-la como critério para, de uma posição vencedora, julgar os outros. A ver - gozo simultaneamente secreto e público - quantas derrotas somam? Mas reforço o que já disse: não tenho o dito cujo em grande apreço. E acrescento isto: não dou a outra face. Donde não te censuro que a tenhas repescado.

Waldorf,
so what? Já lá está. O homem não é o campeão do Povo que se vangloriou de ser. É tudo. Como Sócrates e Sampaio também não foram (eu sei, sabia disso), à diferença de não o terem protestado com tanta insistência/veemência. Que desempenhe a função - ganhou o direito - mas sem mistificações (de universalidade ou grande abrangência).
Anónimo disse…
Afonso,

peço imensas desculpas por ter deixado aí mais acima um comentário no qual a palavra cu aparecia com acento. Imperdoável.
Anónimo disse…
O que faz o meu perder...
Conversa de chacha!
Anónimo disse…
Demagógico: que tal pôr as percentagens dos outros candidatos?
Anónimo disse…
Caro bravo,
são substancialmente inferiores. E depois? Modifica alguma coisa? Parece que o facto de Cavaco Silva encantar menos portugueses do que o próprio e muitos dos seus acólitos gostariam incomoda um bocadinho.
Concedo, caro António P. Castro, a conversa de chacha - leva a conversa de blogue assim tão a sério? Não altera, nem pretendia alterar o efeito das eleições. Nesse sentido é irrelevante. Tal como é irrelevante afirmar que os portugueses decidiram com clareza. Também não modifica nada. Conversa de chacha de Cavaco Silva. Useiro e vezeiro.

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