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Rapazes Bruno e Luís [nota: vejam-se os comentários a isto]. Estou todo esticadinho. Quem dos dois tem mais força? Deixem lá, eu mandingo e largo uma das mãos. Vou com o Luís [repara Bruno no pormenor significativo: ambos puxam-me para seu lado, nenhum me empurra]. Pela boa razão que ele invocou, conferindo-lhe embora outro talhe. Gosto muito de te ver reflectir, Bruno, naquele duplo incógnito sentido de pensar e… agora é só contigo: espelhares-te ou espalhares-te.¹

¹Na verdade, Bruno, o tratado em condensado é manifestamente um exagero. E como sou uma alma compassiva, cedo a enquadrar a frase [desculpa lá, Luís, mas sem mais nada é pedir demais ao Bruno]. O corta Vicente para canto completa uma anedota (sem graça nenhuma, de resto) sobre uma prática reiterada de sodomização homossexual. Ouvia-a em várias versões, uma das quais inclusive envolvendo um membro do clero – para ser exacto, um padre. Sinteticamente diz assim: enquanto se aparelha o penetrador mimetiza um narração radiofónica de futebol fazendo-se de Eusébio que, quando consuma a penetração, exclama golo. Uma, duas, três, n vezes. Até ao dia em que o invadido, que supostamente nunca se havia habituado à ideia e sempre vivera aquilo muito contrariado, na hora h saca de uma navalha e emascula (o eufemismo erudito é aqui propositado) o sodomita, ao mesmo tempo que interrompe a fabulação de bola com a tal frase (Vicente era – espero não estar enganado – um defensor do Belenenses dos anos 60). Durante uns anos esta historieta com pretensões a laracha circulou muito onde quer que jovens e menos jovens do sexo masculino praticassem e/ou assistissem a eventos desportivos. Com uma particularidade: a partir de dada altura, conservou-se apenas a parte da emasculação, especialmente em contextos balneários. Aí, embora não fosse prática massiva, o corta Vicente para canto não raro culminava uma abordagem furtiva por trás que chegava a ponto de um ligeiríssimo encosto. À diferença, ou talvez não, era ao atrevido que cabia a sentença galhofeira, que desengatava a gargalhada geral, para desconforto visceral do surpreendido. Pronto. Fico por aqui. Sem interpretação, para equilibrar a resposta às duas solicitações antagónicas.

Comentários

Afonso Bivar disse…
O mais interessante está para vir. Espero que o Bruno Sena Martins aceite o desafio.
Anónimo disse…
Aaah!... De facto, não tem graça...

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