Defeso e transferência

Tem toda a razão jpt. Mas esta é a única altura do ano em que acho legíveis (suportáveis) os jornais desportivos. No defeso, são obrigados a fazer um considerável esforço de imaginação arquetípica para tornar verosímeis as ficções que constroem à roda das contratações dos grandes. Ficções quase inofensivas. Há um acordo tácito: os leitores não levam à letra as miríades. Como se fossem fantasias sexuais que se interrompem muito antes dos preliminares. Ou inclusive transferências, a via regia porém difícil e polémica para aceder ao inconsciente e perscrutar, no passado, a causa de neuroses e outras psicopatias. Já dizia Freud: a transferência é uma forma especial de recordar.

Comentários

Afonso Bivar disse…
Eu já perdi essa irritação há algum tempo. De resto a inflação de transferências e às vezes inclusive rotatividade dos jogadores emvolvidos (ontem no Benfica, hoje no Porto, amanhã no Sporting) denuncia a fragilidade da informação. Se quiser efeito mais sério da competição económica entre jornais desportivos foi a quase exclusão do espaço mediático dos outros clubes e também das outras modalidades. Longe vão os tempos em que o Belenenses, o Setúbal, o atletismo, o hóquei (de que não gosto), tantos outros clubes e desportos podiam encher uma primeira página.
Anónimo disse…
oh afonso sabes o que quer dizer miríades? diz qualquer coisa de jeito com palavras que todos possamos perceber, ou só escreves pró pacheco? isso de usar palavras "caras" já tá fora de moda; não sabias? és analfabeto?

Seve

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